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Análise da temporada - 2017: ataque


Decepcionante é palavra que melhor resume os Falcons em 2017. Após chegar ao Super Bowl e desperdiçar de forma histórica o primeiro título da franquia, a equipe de Dan Quinn retornou aos gramados com a esperança de redenção e o favoritismo ao seu lado, mas desde o início mostrou que não iria repetir o desempenho de 2016, especialmente devido a saída de Kyle Shanahan e, consequentemente, a desastrosa queda de produção ofensiva. Entretanto, a equipe esteve a um touchdown de retornar a final da conferência e também apresentou muitos pontos positivos durante a temporada, portanto nem tudo foi terrível como se imagina.


Assim, nós do Dirty Bird Brasil atenderemos a necessidade de revisar cada setor do elenco e separar as falhas das evoluções ao longo do último ano. Nesse primeiro de três artigos, confira a análise completa do desempenho do ataque de Atlanta em 2017:



JOGO TERRESTRE



Mesmo tendo perdido Freeman por dois jogos e Coleman por um, o jogo terrestre dos Falcons foi único setor que manteve o nível do histórico ataque de 2016. Com 430 corridas para 1847 jardas e 12 touchdowns, os camisas 24 e 26 - ocasionalmente com a ajuda de Terron Ward - por muitas vezes carregaram a unidade nas costas durante as partidas e conquistaram números muito próximos do ano anterior, consistência que partiu da capacidade de Steve Sarkisian em continuar o excelente esquema de zone blocking deixado por Shanahan, único ponto onde o novo coordenador foi bem sucedido no College Football e em seu primeiro ano em Atlanta.


A única critica fica por parte do fullback Derrick Coleman, que foi importante para os times especiais mas falhou em diversas situações na sua função principal, não chegando nem perto de replicar o evolvimento e confiança de Patrick DiMarco.



JOGO AÉREO



Por mais incrível que pareça, considerando a grande qualidade do elenco de Atlanta, o jogo aéreo foi o principal responsável pela inconsistência da equipe da nesta temporada. Steve Sarkisian mostrou um despreparo assustador para assumir o dinâmico esquema do atual head coach de San Francisco, montando péssimos planos de jogo - sendo eles previsíveis e pouco preparados para explorar as fraquezas do adversário - e, durante as partidas, exibindo uma grande quantidade de chamadas questionáveis, falta de conhecimento e inexperiência para realizar ajustes na unidade. Devido a esses problemas, outros vários surgiram, como o fraco desempenho dentro da red zone, turnovers, porcentagem de conversão de terceira descida oscilante, péssimo uso de Julio Jones e queda drástica na quantidade de passes para running backs.


Nos números, Matt Ryan passou longe do jogador que foi eleito o MVP da temporada regular de 2016, mas pouco disso pode ser culpado no camisa 2: como consequência dos problemas de Sark, o quarterback viu-se frequentemente em terceiras descidas longas e sofreu com a má execução das jogadas e drops de seus alvos, fator causador de oito de suas 12 interceptações. No geral, os Falcons terminaram o ano com 3990 jardas totais e 21 touchdowns, uma redução de 735 jardas, absurdos 17 TDs e 11,6 na média de pontos por jogo.


Por parte dos wide receivers, Julio Jones continuou provando porque é um dos melhores recebedores da NFL e, apesar de todas as adversidades, manteve-se pela quarta temporada seguida entre os três jogadores com mais jardas áreas recebidas na liga; Sanu também teve um ano sólido como recebedor número dois, tendo sido o líder em recepções para touchdown da equipe. Dos jogadores atrás na rotação, nenhum teve grande impacto e Taylor Gabriel foi a maior decepção, recebendo quase 200 jardas a menos do que em 2016 devido a dificuldade de Sarkisian em utilizá-lo.


Por fim temos os tight ends, grupo onde a única menção deve ser Austin Hooper - Levine Toilolo teve seu foco mudado para os bloqueios e Eric Saubert sequer fez uma recepção -, que foi o terceiro que mais recebeu passes de Ryan em todo o elenco e quase duplicou a quantidade de jardas em relação ao seu ano de calouro. Porém, alguns drops e erros de rodas marcaram negativamente sua temporada, algo que levanta a possibilidade de reforço na posição para 2018.



LINHA OFENSIVA



Com a performance mais difícil de ser analisada, a linha ofensiva dos Falcons em 2018 divide-se entre atuações muito sólidas no geral e declínio em jogos decisivos. Em situações de passe, a unidade permitiu que Ryan fosse pressionado consideravelmente, mas no final foi a terceira melhor da liga no ranking de sacks cedidos (empatando com Raiders, Steelers e Jaguars) com apenas 24, número que foi reduzido em 13 em relação ao ano passado. A mesma variação também ocorreu nos bloqueios para corridas: o bom nível de 2016 foi mantido, principalmente quando os jogadores eram obrigados a abrir espaço para Freeman e Coleman em profundidade, no entanto, segundo o site Football Outsiders, a linha ofensiva também permitiu que os running backs fossem parados na linha de scrimmage ou antes dela em 21% das corridas, colocando o time apenas na 20ª melhor colocação no quesito. Individualmente o destaque continua sendo o excelente e sempre confiável pro bowler Alex Mack, oposto de Wes Schweitzer, que apresentou muitas dificuldades em seu primeiro como right guard titular.


Ainda assim, o grande porém fica por parte das duas partidas de playoffs, onde Matt Ryan foi derrubado seis vezes e sofreu uma altíssima pressão dos fortes pass rushes de Rams e Eagles - nível bastante acima do enfrentado ao longo da temporada regular -, algo que impactou diretamente o desempenho da franquia e marcou negativamente a temporada dos homens das trincheiras dos Falcons.




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